Marcos Ribeiro/ TV Paranaíba/Correio de Uberlândia
Mulher suspeita de matar e queimar corpo de PM em Uberlândia diz que ex tentou estuprá-la
Ao ser ouvida na delegacia de Uberlândia, Kellen Cristina do Carmo Alves confessou crime


A mulher que estrangulou e queimou o ex-marido militar em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, se recusou a participar da reconstituição do crime, que é realizada na tarde desta quarta-feira (7).
 
De acordo com o delegado responsável pelas investigações pelo caso, Helder Paulo Carneiro, Kellen Cristina do Carmo Alves, de 34 anos, que está presa na cadeia da cidade, não se mostrou disposta a colaborar e dar detalhes de como praticou o assassinato. "Como Kellen não quis colaborar, resolvi fazer a reconstituição apenas com o comparsa dela, Evani Felix Santana, de 45 anos", disse Helder Paulo.
 
Segundo o delegado, o procedimento teve início às 15h e deve durar aproximadamente duas horas.
 
Já sobre a suspeita de que Kellen e Evani têm um relacionamento amoroso, Helder Paulo afirmou que isso ainda não foi confirmado. "A única coisa sobre a vida íntima de Kellen que descobrimos é que, antes de matar o ex-marido, a mulher deu uma motocicleta no valor de R$ 35 mil para outro homem, com quem começou a namorar logo depois de se separar da vítima há pelo menos três meses", explica o delegado.
 
Entenda o caso
 
O crime ocorreu no dia 27 de julho deste ano, mas só foi descoberto no dia 28, quando o Peugeot 206 Passion da vítima, o cabo da Polícia Militar Silas Bonifácio da Silva, de também 45 anos, foi encontrado por companheiros de trabalho dele. Os militares confirmaram a suspeita de que o policial havia sido assassinado consultando a placa do veículo. Em seguida, eles foram até a casa do cabo, onde não o encontraram e atestaram que o corpo localizado carbonizado, possivelmente, seria dele. Em seguida, eles se dirigiram até a residência da ex-mulher do cabo para avisar sobre a morte do oficial. No entanto, assim que foram recebidos por Kellen, que é ex-soldado, os militares perceberam que ela estava com os braços e o rosto queimados. Ao ser questionada sobre a origem dos ferimentos, Kellen, que tem dois filhos, de 3 e 10 anos, com o cabo, alegou que havia queimado ao mexer na churrasqueira da sua casa, no bairro Tibery. Porém, após longa conversa com os colegas do ex-marido, a mulher acabou confessando o crime.
 
No primeiro depoimento, Kellen afirmou que agiu em legítima defesa e ainda contou ao delegado Helder Paulo que o crime ocorreu depois que Silas foi até a sua residência em um sábado a noite para entregar um dos filhos do casal. Segundo a detida, após pegar a criança, ela convidou o ex-marido a permanecer no imóvel, onde ele tomou vinho na companhia da ex-mulher e foi embora horas depois. Em contrapartida, ainda conforme relatos de Kellen, o cabo retornou à casa onde morava com a família antes da separação e convidou a ex para dar uma volta de carro. A ex-soldado aceitou o convite e o casal seguiu em direção à uma área afastada da cidade, perto do bairro Jardim Ipanema. Nesse local, conforme alegação da ex-soldado, o cabo teria tentado fazer sexo à força com ela. Kellen contou que achou um fio no chão, o enforcou e jogou o corpo dentro do porta-malas, onde havia um isqueiro e uma garrafa de álcool. A ex-soldado, então, resolveu queimar o veículo e o cadáver antes de fugir.
 
Já no segundo depoimento, Kellen revelou que não agiu sozinha e que ela e Evani planejaram matar Silas há um mês. No mesmo dia, Evani, conhecido em Uberlândia pelo apelido de “Baiano”, foi preso em casa, no bairro Jardim Ipanema.
 
A separação
 
Kellen e Silas deram fim ao casamento há três meses e, segundo informações levantadas pela polícia com familiares do casal, os dois tinham um relacionamento conturbado e sempre brigavam muito em relação à divisão de bens de uma empresa que Kellen abriu há um ano, quando deixou a carreira militar para se dedicar aos negócios.