Universitário confirma ter se desligado da graduação de medicina da UFMG após polêmica sobre acesso a política afirmativa baseada em características étnicas
postado em 27/09/2017 12:51 / atualizado em 27/09/2017 13:35
O estudante do primeiro período de medicina Vinícius Loures de Oliveira confirmou na manhã desta quarta-feira ao Estado de Minas
que cancelou sua matrícula na Faculdade de Medicina da Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG). Vinícius, que fez breve comunicado em
contato por mensagem de texto, é um dos estudantes envolvido na polêmica
sobre suposta candidatura irregular ao sistema de cotas raciais na
instituição. Na noite de terça-feira, o EM tentou
ouvi-lo sobre a questão, por telefone. O universitário afirmou apenas
que os dias têm sido difíceis desde que a controvérsia começou, e se
limitou a dizer: “Fui orientado a não falar mais sobre o assunto."
O estudante foi um dos apontados em reportagem do jornal Folha de S. Paulo
como um dos alunos brancos matriculados indevidamente no curso de
medicina da UFMG pelo sistema de cotas. As fraudes envolveriam calouros
com características físicas que não se encaixam no perfil da política
afirmativa. A polêmica em torno de candidatos ao programa não é recente.
Em
abril de 2016, o EM mostrou na reportagem “Movimentos negros denunciam
fraude nas cotas raciais da UFMG”, que os mecanismos da universidade
permitiam barrar fraudes somente em relação à condição de estudantes
terem cursado escolas públicas e declarado baixa renda. Não havia,
segundo a universidade, como controlar as cotas raciais. Após a
reportagem do EM, a instituição deu início a sindicância cujo resultado
deve ser divulgado este ano.
Outra estudante que se viu envolvida na controvérsia, Rhuanna Laurent Silva Ribeiro, de 19 anos, abalada emocionalmente com a situação, precisou de atendimento no Núcleo de Apoio Psicopedagógico aos Estudantes da Faculdade de Medicina (Napem). “Ela ainda não conseguiu reiniciar as aulas. Estamos fazendo um grande esforço para que ele não desista da faculdade”, disse o pai da universitária, Gilberto José da Silva. A universitária, que se autodeclarou parda, reiterou a condição em entrevista ao Estado de Minas: “Eu me autodeclarei parda, pois é o que sou. Descendo de negros e índios. Esta é a minha etnia, o meu contexto familiar. Nunca me autodeclarei negra”.
Diante da polêmica, o EM mostra em sua edição de hoje que o governo federal revisa o sistema de cotas raciais na tentativa de impedir fraudes na política de ingresso às universidades públicas do país. Na terça-feira, ao anunciar que haverá cobrança de mais rigor para verificar a condição de alunos que se autodeclararem negros, pardos ou indígenas no processo seletivo, o secretário especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Juvenal Araújo, atribuiu à UFMG a responsabilidade por supostas irregularidades no acesso de alunos a vagas reservadas no curso de medicina da instituição.
“A universidade não acatou a orientação do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou, por meio da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 186, de 2012, que não é suficiente o aluno se autodeclarar pardo ou negro para ter direito à cota. É necessária a criação de mecanismos para impedir as fraudes.”
O Estado de Minas entrou em contado com a UFMG sobre o assunto e aguarda retorno.
Outra estudante que se viu envolvida na controvérsia, Rhuanna Laurent Silva Ribeiro, de 19 anos, abalada emocionalmente com a situação, precisou de atendimento no Núcleo de Apoio Psicopedagógico aos Estudantes da Faculdade de Medicina (Napem). “Ela ainda não conseguiu reiniciar as aulas. Estamos fazendo um grande esforço para que ele não desista da faculdade”, disse o pai da universitária, Gilberto José da Silva. A universitária, que se autodeclarou parda, reiterou a condição em entrevista ao Estado de Minas: “Eu me autodeclarei parda, pois é o que sou. Descendo de negros e índios. Esta é a minha etnia, o meu contexto familiar. Nunca me autodeclarei negra”.
Diante da polêmica, o EM mostra em sua edição de hoje que o governo federal revisa o sistema de cotas raciais na tentativa de impedir fraudes na política de ingresso às universidades públicas do país. Na terça-feira, ao anunciar que haverá cobrança de mais rigor para verificar a condição de alunos que se autodeclararem negros, pardos ou indígenas no processo seletivo, o secretário especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Juvenal Araújo, atribuiu à UFMG a responsabilidade por supostas irregularidades no acesso de alunos a vagas reservadas no curso de medicina da instituição.
“A universidade não acatou a orientação do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou, por meio da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 186, de 2012, que não é suficiente o aluno se autodeclarar pardo ou negro para ter direito à cota. É necessária a criação de mecanismos para impedir as fraudes.”
O Estado de Minas entrou em contado com a UFMG sobre o assunto e aguarda retorno.
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