Grupo de parlamentares já costura acordo para pedir afastamento de Eduardo Cunha (PMDB)
Presidente da Câmara, Cunha será investigado por corrupção
Antonio Cruz/17.07.2015/Agência Brasil
O PGR (Procurador-geral da República), Rodrigo Janot, denunciou por volta das 13h desta quinta-feira (20), o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por envolvimento com o esquema de pagamentos de propinas e corrupção em contratos da Petrobras descoberto pela Operação Lava Jato. A informação é da Rádio Jovem Pan.
O senador Fernando Collor de Melo (PTB-AL) também foi denunciado.
Agora, caberá ao STF (Supremo Tribunal Federal) analisar a denúncia e,
se aceitar o texto, Collor e Cunha se tornarão réus na mais alta Corte
brasileira.
A assessoria do STF informou que, ontem, a PGR tentou apresentar as
denúncias por volta das 20h, mas desistiu porque o protocolo para o
recebimento de denúncias funciona até as 19h. Sendo assim, o STF disse
que não poderia receber o documento.
Em julho, o empresário Júlio Camargo, que representava a empresa Toyo Setal, afirmou em sua delação premiada que Cunha foi o beneficiário de um suborno de US$ 5 milhões.
Os recursos teriam sido pagos para facilitar a contratação de
navios-sonda entre a Samsung e a Diretoria Internacional da Petrobras,
controlada pelo PMDB.
Pedido de afastamento
Um grupo de deputados liderado por Ivan Valente (PSOL-SP) deverá publicar um manifesto pedindo o afastamento de Cunha da presidência da Câmara. Segundo Valente, o principal argumento é que "Cunha na presidência atrapalha as investigações".
— Mas isso depende do protocolo e da avaliação que vamos fazer da denúncia.
Ontem, Cunha afirmou que "não vai comentar absolutamente", pelo menos
por enquanto. O presidente da Câmara falou ao deixar restaurante da
Câmara, onde foi oferecido almoço a integrantes do Parlatino (Parlamento
Latino-Americano), que tem reuniões em Brasília hoje e amanhã.
— Não vou comentar absolutamente nada. Quando tiver fato, eu comento o fato.
Cunha se recusou a comentar possibilidade da denúncia mais cedo
Marcelo Camargo/06.08.2015/Agência Brasil
Relembre o caso
No início de março de 2015, o procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, enviou ao STF (Supremo Tribunal Federal) um pedido de abertura de
inquérito para uma lista de 54 políticos e agentes públicos.
Seis dias depois, o ministro Teori Zavascki, do STF, retirou o sigilo
da lista e publicou os pedidos de inquérito para investigar suspeitos de
envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras.
O STF decidiu abrir inquérito para investigar 48 políticos de seis
partidos, entre eles os presidentes da Câmara, deputado Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Em ambos os casos, eles estão sendo investigados por supostamente terem
usado dinheiro desviado da petroleira em campanhas políticas.
Entre os 48 políticos, estão 22 deputados e 12 senadores, além da
ex-governadora Roseana Sarney, do ex-ministro Antonio Palocci (cuja
investigação será remetida à Justiça de Curitiba), do tesoureiro do PT
João Vaccari Neto (que ocupa cargo na direção do partido, mas nunca
concorreu a cargo eletivo) e de 12 ex-deputados.
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