Em
recente artigo, observamos que a situação de desgoverno e de caos do
país lembrava a de 1964. Fomos interpelados por alguns leitores, temendo
ver em nossas palavras uma ameaça velada de intervenção militar, sem
considerar que o Clube Militar não tem competência para tal, inclusive
por ser uma entidade de direito privado, sem qualquer vínculo de
subordinação com as Forças Armadas.
Sua influência restringe-se ao campo das ideias, quando procuramos
interpretar o pensamento da maioria de nossos associados.
Comentamos, poucos dias depois, que o diálogo prometido pela Presidente
Dilma iria limitar-se aos 7% da população que ainda apoia seu governo.
Ontem o “diálogo” começou. Após um encontro de Dilma com os “movimentos
sociais” no Palácio do Planalto, o Presidente da CUT, Vagner Freitas,
ameaçou “pegar em armas” em defesa do governo. Declarou estar preparado
com “armas” e um “exército” para barrar qualquer tentativa dos
“coxinhas” de tirá-la do poder. Na defesa do governo, declarou estar
pronto para ir para as ruas entrincheirado, com armas na mão.
À noite, em programa de televisão de audiência nacional, afirmou que
houvera um mal-entendido, que não pensara em incitar a violência, que
usara uma figura de linguagem ao falar em armas. Disse, também, que seu
exército era composto de organizações de trabalhadores, greves e atos
públicos, na defesa da democracia. Naturalmente, referia-se à sua
democracia sindicalista, dona do monopólio do poder e da verdade, no seu
entendimento.
É bom lembrar que o Brasil só tem um Exército, que dispõe legalmente do
monopólio da força, em defesa do Estado Brasileiro. Qualquer outro
grupo armado que venha às ruas terá que enfrentá-lo.
Cuidado com a língua e com as ameaças, Vagner Freitas. Você terá
oportunidade de esclarecer em juízo o verdadeiro sentido de suas
palavras, na ação que será movida a esse respeito.
Gen Gilberto Rodrigues Pimentel é Presidente do Clube Militar.
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