sábado, 13 de abril de 2013

Mistério sobre triplo homicídio



Trio que trabalhava vendendo cestas básicas foi encontrado morto; causa seria uma dívida
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JOSÉ VÍTOR CAMILOO
FOTO: OSWALDO RAMOS
Parentes de Joaquim Filho estiveram ontem no IML da capital para liberar o corpo
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Continua um mistério a morte de dois homens e um adolescente de 16 anos que trabalhavam juntos vendendo cestas básicas. Eles foram executados no bairro Nova Pampulha, em Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte. O crime aconteceu no fim da tarde de anteontem. Os corpos foram encontrados na alameda Valadares, uma estrada de terra, por um morador da região.

Militares do 36º Batalhão da Polícia Militar informaram que os corpos foram encontrados próximo a um Fiat Uno prata. Apenas uma das vítimas estava com documentação, sendo identificada como Antônio Airton Leite Fernandes, de 38 anos.

Testemunhas relataram aos policiais que, antes do crime, havia cinco pessoas no carro. Quem presenciou ainda relatou que os homens estariam consumindo droga. Em determinado momento, todos saíram de dentro do veículo, e dois deles assassinaram os outros. Os três foram atingidos por tiros na cabeça.

Familiares deles estiveram no Instituto Médico Legal (IML) na manhã de ontem. O outro homem morto é o motorista Joaquim de Moraes Feitosa Filho, de 30 anos. O adolescente trabalhava para as duas outras vítimas como carregador.

Segundo um cunhado de Antônio Airton Leite Fernandes, que pediu para não ter o nome divulgado, Fernandes era responsável pela venda de cestas básicas. "Ele comprava o material na Ceasa, montava as cestas básicas e revendia na região metropolitana de Belo Horizonte. O Joaquim estava trabalhando para ele como motorista porque o Antônio estava machucado e não podia dirigir", explicou o cunhado.

Ainda de acordo com ele, nos últimos dias, Fernandes teria se desentendido com alguém que teria uma dívida com ele referente à compra de cestas básicas. "Não acho que ele chegou a ameaçar alguém por isso, mas se desentendeu, sim. As fichas de clientes dele já estão com a polícia", disse.

Fernandes era casado e tinha uma filha de 13 anos.

Primos do menor morto, que também pediram para não ser identificados, contaram que ele estava trabalhando como carregador há cerca de dois meses. "Ele nunca foi ameaçado. Pelo que ficamos sabendo, o chefe dele teria ameaçado alguém que lhe devia", contou um dos jovens.

Após não ter mais notícias dos pais, que são alcoólatras, o adolescente passou a morar próximo da casa de Fernandes, em Ribeirão das Neves. "Ele era usuário de maconha e já tinha sido apreendido comprando a droga em uma boca de fumo. Mas ele não era envolvido com o crime", disse o primo.
Tiros foram à queima-roupa
Segundo os irmãos do motorista Joaquim de Moraes Feitosa Filho, de 30 anos, ele era casado e tinha uma filha de 9 meses. "Falaram que todo mundo estava usando droga, mas isso é impossível. Meu irmão sequer bebia mais, era até membro da igreja Assembleia de Deus, no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde morava", contou um dos homens. Filho estava trabalhando temporariamente para Antônio Airton Fernandes, que estava sem poder dirigir devido a um acidente. "A gente já conhecia o Airton de longa data. Minha família é do Ceará, e ele também. Mas sei que eles estavam fazendo cobranças das pessoas que não pagaram as cestas básicas. Mas pode ser também algum desentendimento dele de que não sabíamos", disse um dos irmãos da vítima.

Segundo os familiares, é impossível que as mortes tenham sido latrocínio (roubo seguido de morte). "Não roubaram absolutamente nada. A polícia nos mostrou as fotos, e deu para ver que foi execução. Os tiros foram todos de cima para baixo e à queima-roupa, todos na cabeça.

Agora só nos resta aguardar a conclusão da investigação para saber o real motivo de pessoas trabalhadoras terem sido assassinadas", disse.

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