Valquiria Lopes
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O homem apontado como executor da
ex-amante do goleiro Bruno Fernandes Eliza Samudio volta a sentar-se no
banco dos réus do Fórum Pedro Aleixo, em Contagem, na Região
Metropolitana de Belo Horizonte, hoje. Depois de ter tido seu julgamento
adiado em novembro, o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o
Bola, vai a júri popular acusado de homicídio duplamente qualificado e
ocultação de cadáver. As investigações apontam que ele estrangulou Eliza
e esquartejou o corpo da modelo. Bruno, quando foi condenado, confirmou
o depoimento de seus primos incriminando o ex-policial. Preso desde
julho de 2010, Bola vai alegar inocência, segundo seus advogados. No
julgamento previsto para durar três dias e que marca o encerramento da
trama, a defesa de Bola pretende usar a seu favor os autos de uma
investigação paralela ao processo, sob o pretexto de que o procedimento
foi mal direcionado ao culpar seu cliente. O documento trata do
envolvimento dos policiais civis Gilson Costa e José Lauriano de Assis
Filho, o Zezé, no desaparecimento de Eliza.
Agente da ativa, Gilson é corréu no processo de Bola sobre o desaparecimento e morte de duas pessoas em Esmeraldas, na Grande BH, há cinco anos. Zezé é policial aposentado e aparece nas apurações como o homem que fez a ligação entre Bola, Bruno e seu ex-funcionário Luiz Henrique Romão, o Macarrão.
A estratégia, no entanto, pode não prosperar, já que o pedido da defesa de incluir as peças sobre a investigação dos dois policiais foi negado na sexta-feira pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues. A decisão já havia sido tomada na época do julgamento de Bruno. Na ocasião, em 4 de março, a magistrada acatou pedido do promotor do caso, Henry Vasconcelos, para extrair as páginas que tratam da apuração, tendo em vista que o procedimento corre em segredo de Justiça. Desta vez, de acordo com a assessoria de imprensa do Ministério Público, a decisão será mantida. Com isso, o teor dos documentos poderá ser citado em plenário, mas as peças dessa parte do processo não poderão ser lidas, segundo o Tribunal de Justiça.
De acordo com o advogado de Bola, Fernando Magalhães, o documento é importante, porque prova que a apuração policial foi fraudada, mal direcionada e mal intencionada. “Essa investigação correndo em paralelo ao julgamento mostra que a polícia não falou a verdade no processo. Existiam outros investigados, mas culparam o meu cliente”, defende Magalhães.
Bola e Gilson atuaram juntos no extinto Grupamento de Resposta Especial (GRE) e mantiveram, segundo a promotoria, “inúmeros contatos telefônicos” durante o período em que a ex-amante do goleiro Bruno Fernandes esteve em Minas Gerais, inclusive no dia da morte dela. Ligações telefônicas entre Bola e Zezé também foram constatadas na mesma ocasião. No julgamento de Dayanne, ex-mulher de Bruno, ela afirmou ter recebido ordens de Zezé para esconder Bruninho, filho de Eliza e do goleiro, o que dificultaria o trabalho de apuração das denúncias de sequestro e morte de Eliza.
A ligação apontada pelo MP como elemento para incriminar o réu não preocupa o advogado. “Não vejo problema no fato de Bola e Gilson terem trabalhado juntos, de serem corréus em um processo. Nesse caso (de Esmeraldas), o Bola não foi nem mesmo pronunciado”, disse. Às vésperas do julgamento, o ex-policial está ansioso, mas tranquilo, segundo o advogado.
DESMEMBRAMENTO
Agente da ativa, Gilson é corréu no processo de Bola sobre o desaparecimento e morte de duas pessoas em Esmeraldas, na Grande BH, há cinco anos. Zezé é policial aposentado e aparece nas apurações como o homem que fez a ligação entre Bola, Bruno e seu ex-funcionário Luiz Henrique Romão, o Macarrão.
A estratégia, no entanto, pode não prosperar, já que o pedido da defesa de incluir as peças sobre a investigação dos dois policiais foi negado na sexta-feira pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues. A decisão já havia sido tomada na época do julgamento de Bruno. Na ocasião, em 4 de março, a magistrada acatou pedido do promotor do caso, Henry Vasconcelos, para extrair as páginas que tratam da apuração, tendo em vista que o procedimento corre em segredo de Justiça. Desta vez, de acordo com a assessoria de imprensa do Ministério Público, a decisão será mantida. Com isso, o teor dos documentos poderá ser citado em plenário, mas as peças dessa parte do processo não poderão ser lidas, segundo o Tribunal de Justiça.
De acordo com o advogado de Bola, Fernando Magalhães, o documento é importante, porque prova que a apuração policial foi fraudada, mal direcionada e mal intencionada. “Essa investigação correndo em paralelo ao julgamento mostra que a polícia não falou a verdade no processo. Existiam outros investigados, mas culparam o meu cliente”, defende Magalhães.
Bola e Gilson atuaram juntos no extinto Grupamento de Resposta Especial (GRE) e mantiveram, segundo a promotoria, “inúmeros contatos telefônicos” durante o período em que a ex-amante do goleiro Bruno Fernandes esteve em Minas Gerais, inclusive no dia da morte dela. Ligações telefônicas entre Bola e Zezé também foram constatadas na mesma ocasião. No julgamento de Dayanne, ex-mulher de Bruno, ela afirmou ter recebido ordens de Zezé para esconder Bruninho, filho de Eliza e do goleiro, o que dificultaria o trabalho de apuração das denúncias de sequestro e morte de Eliza.
A ligação apontada pelo MP como elemento para incriminar o réu não preocupa o advogado. “Não vejo problema no fato de Bola e Gilson terem trabalhado juntos, de serem corréus em um processo. Nesse caso (de Esmeraldas), o Bola não foi nem mesmo pronunciado”, disse. Às vésperas do julgamento, o ex-policial está ansioso, mas tranquilo, segundo o advogado.
DESMEMBRAMENTO
Magalhães,
no entanto, não esconde a dificuldade em mudar junto aos jurados a má
impressão com a qual Bola já entra no júri. O defensor explica que o
depoimento de Bruno durante o julgamento em março pesou contra seu
cliente, que já é visto como condenado. Sobre o desmembramento dos
júris, o advogado afirma ter sido uma medida de impacto negativo. “Não
tenho dúvidas de que, se fossem julgados no mesmo dia, o Bruno não teria
coragem de contar a mentira de que o Marcos Aparecido teria
envolvimento com o caso. No conhecimento popular, o Bola já é culpado”,
ressaltou. Magalhães afirma que a defesa precisará trabalhar muito no
convencimento dos jurados, que são representantes do povo.
COMO SERÁ?
A sessão no Fórum Pedro Aleixo está marcada para começar hoje, às 9h, com apresentação dos pedidos da promotoria e dos advogados, além da formação do conselho de sentença. Em seguida, começam a ser ouvidas as testemunhas de defesa e acusação. Na lista de quatro pessoas arroladas pelo Ministério Público estão a delegada Ana Maria dos Santos, uma das delegadas que comandaram o inquérito sobre o desaparecimento de Eliza; o primo de Bruno Jorge Luiz Lisboa Rosa; o ex-caseiro do goleiro João Batista Alves Guimarães e o ex-colega de cela de Bola Jailson Alves de Oliveira. Pela defesa, serão ouvidos o corregedor geral da Polícia Civil, Renato Patrício Teixeira; o jornalista José Cleves; a delegada Alessandra Wilke, que trabalhou no caso; e a delegada Ana Maria dos Santos. O deputado Durval Ângelo também foi intimado.
CONDENAÇÕES
No Fórum Pedro Aleixo já foram condenados outros três acusados de envolvimento na morte de Eliza. O goleiro Bruno foi condenado a 22 anos e 3 meses de prisão por homicídio e ocultação do cadáver de Eliza e também pelo sequestro e cárcere privado do filho, Bruninho. Macarrão e a ex-namorada do atleta Fernanda Gomes de Castro também foram considerados culpados. Ele recebeu uma pena de 15 anos de prisão por homicídio qualificado em razão de sua confissão e Fernanda foi condenada a cinco anos. Dayanne Rodrigues, ex-mulher do jogador, foi absolvida.
COMO SERÁ?
A sessão no Fórum Pedro Aleixo está marcada para começar hoje, às 9h, com apresentação dos pedidos da promotoria e dos advogados, além da formação do conselho de sentença. Em seguida, começam a ser ouvidas as testemunhas de defesa e acusação. Na lista de quatro pessoas arroladas pelo Ministério Público estão a delegada Ana Maria dos Santos, uma das delegadas que comandaram o inquérito sobre o desaparecimento de Eliza; o primo de Bruno Jorge Luiz Lisboa Rosa; o ex-caseiro do goleiro João Batista Alves Guimarães e o ex-colega de cela de Bola Jailson Alves de Oliveira. Pela defesa, serão ouvidos o corregedor geral da Polícia Civil, Renato Patrício Teixeira; o jornalista José Cleves; a delegada Alessandra Wilke, que trabalhou no caso; e a delegada Ana Maria dos Santos. O deputado Durval Ângelo também foi intimado.
CONDENAÇÕES
No Fórum Pedro Aleixo já foram condenados outros três acusados de envolvimento na morte de Eliza. O goleiro Bruno foi condenado a 22 anos e 3 meses de prisão por homicídio e ocultação do cadáver de Eliza e também pelo sequestro e cárcere privado do filho, Bruninho. Macarrão e a ex-namorada do atleta Fernanda Gomes de Castro também foram considerados culpados. Ele recebeu uma pena de 15 anos de prisão por homicídio qualificado em razão de sua confissão e Fernanda foi condenada a cinco anos. Dayanne Rodrigues, ex-mulher do jogador, foi absolvida.
Entenda o caso
8 de julho de 2010 – O
ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, é preso em Belo
Horizonte, acusado de ter matado e ocultado o corpo de Eliza Samudio,
ex-amante do goleiro Bruno Fernandes. A casa passou a ser alvo de
buscas no dia anterior, depois de denúncias do primo do ex-atleta de
que a mulher havia sido morta no local.
19 de novembro de 2012 – Bola vai a julgamento com os réus Bruno, Dayanne Rodrigues, Luis Henrique Romão – o Macarrão – e Fernanda Gomes de Castro. Os júris do ex-policial, do goleiro e de sua ex-mulher são separados dos demais por uma série de problemas alegados por seus advogados.
4 de março – Data do julgamento de Bruno e Dayanne. O goleiro diz em seu depoimento no fórum de Contagem que Macarrão teria dito que levou Eliza para a morte e a entregou para Marcos Aparecido. Essa foi a primeira vez que o nome do ex-policial foi citado como culpado.
22 de abril de 2013 – Bola vai a julgamento no Fórum Pedro Aleixo acusado de homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.
19 de novembro de 2012 – Bola vai a julgamento com os réus Bruno, Dayanne Rodrigues, Luis Henrique Romão – o Macarrão – e Fernanda Gomes de Castro. Os júris do ex-policial, do goleiro e de sua ex-mulher são separados dos demais por uma série de problemas alegados por seus advogados.
4 de março – Data do julgamento de Bruno e Dayanne. O goleiro diz em seu depoimento no fórum de Contagem que Macarrão teria dito que levou Eliza para a morte e a entregou para Marcos Aparecido. Essa foi a primeira vez que o nome do ex-policial foi citado como culpado.
22 de abril de 2013 – Bola vai a julgamento no Fórum Pedro Aleixo acusado de homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.
Adiada revisão da pena do goleiro
A
juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues vai aguardar o julgamento do
policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, para depois
despachar sobre a apelação do Ministério Público contra a sentença que
condenou o goleiro Bruno Fernandes a 22 anos e 3 meses de prisão. No
mês passado, durante júri popular, o atleta foi considerado culpado
pelo homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado de
Eliza Samudio. Entre os pontos questionados pelo promotor Henry Wagner
Vasconcelos está a aplicação de atenuante pela confissão espontânea do
réu, pois, no entendimento da promotoria, o goleiro não confessou
coautoria do crime ou participação nele. Ele defende ainda no documento
que houve desproporção nos impactos pela aplicação da atenuante da
confissão, que retirou três anos de pena, e da agravante pelo mando do
crime, que aumentou em seis meses a pena pelo homicídio. Por último, o
promotor questiona o fato de a juíza não ter considerado a mesma
agravante nas dosimetrias das penas relativas aos crimes de ocultação
de cadáver e sequestro ou cárcere privado.
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