sábado, 16 de junho de 2012

POESIA DO POLICIAL AIRTON JUNIOR

Profissão Perigo

Acordo de uma noite, muitas das vezes mal dormida,

pesadelos tendem a ofuscar meus sonhos,
ajudado por um despertador que interrompe meu sono,
pois vivo com horários, tudo programado.

Realizo minhas primeiras tarefas diárias,

procuro aproveitar meus momentos de folga,
vivo minha vida de civil e, como muitos,
vou à faculdade cuidar do conhecimento.

Quando chega a hora do trabalho

visto minha farda, coração dispara,
represento um Estado, várias pessoas,
faço minhas orações.

‘Agradeço Deus! por mais um dia,

a vida, a saúde, o trabalho...
Peço Deus! atenção, respeito ao próximo,
e que eu possa contribuir para uma sociedade melhor
e que, no final, possa voltar com segurança para minha casa’

Chego ao trabalho, cumpro com meu horário,

continências, cumprimento os amigos, poucos sorrisos,
todos sérios, apreensivos...
Passo a interar-me das notícias e da minha nova missão.

Em um turno de trabalho, em minha rotina diária

uma voz, não para, vem de um aparelho de rádio,
roubos, tráficos, suspeitos, mortes, acidentes...
e, raramente, um agradecimento à nossa ação é anunciada.

Sou o médico, o prefeito, o professor, o pai

de uma sociedade carente...
Sou o vagabundo, o desprovido de cultura
de uma sociedade rica, que vive à margem da realidade social.

Surge um chamado... Alguém em perigo lembra de mim,

carro roubado, bem material tomado – Socorro, faça alguma coisa!
policiais empenhados em atender ao chamado,
aceleram, cercam, abordam segundo as características passadas.

Tomado por um sentimento de Guerreiro,

adrenalina, sentimento de poder ajudar,
conheço o terreno, os bandidos de minha região,
rotas de fuga e parto à procura.

Chego primeiro, deparo-me com o perigo,

reação, luta, matagal, esgoto
enfrento tudo por essa pessoa que me pediu socorro,
recupero seu bem, a salvo do perigo.

No rosto da vítima um sorriso,

um sentimento de alívio, em alguns casos gratidão...
No meu peito sentimento de dever cumprido,
dor, sangue, fui atingido, não volto para minha casa.

Para meus amigos de trabalho, família,

sou um herói, um guerreiro, lágrimas caem...
Não estou mais entre os que me amam,
deixo família, amigos, amores, uma vida pela frente.

Vou receber homenagens de uns que me queriam bem,

vou deixar saudades também.
Em contrapartida outros, comemoram minha queda,
ou simplesmente não me conheceram.
Vida que segue.

Autor: Airton Júnior

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