sexta-feira, 9 de março de 2012

LEITE EM VEZ DE SORO TERIA MATADO BEBÊ
Laudo do IML vai comprovar se criança foi vítima de erro em hospital de Contagem
Publicado no Super Notícia em 09/03/2012

NATÁLIA OLIVEIRA
falesuper@supernoticia.com.br
FOTO: LEO FONTES
Dircéia Alves (esq.) e a mãe dela estão inconformadas com a perda de Arthur
A morte de um bebê no Hospital Municipal de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, no último dia 2, pode ter sido causada pela imprudência de uma técnica em enfermagem. A suspeita é que ela tenha injetado leite ao invés de soro na veia de Arthur Felipe Alves de Oliveira, de 1 mês. A causa da morte está sendo investigada pelo Instituto Médico Legal (IML) e, segundo a Polícia Civil, o laudo deve ser divulgado em 30 dias.
A Secretaria Municipal de Saúde informou que abriu uma sindicância para apurar o caso. O hospital admite que o problema pode ter acontecido, mas ressalta que somente o laudo irá atestar o que causou a morte da criança quatro dias depois de ela dar entrada no hospital. No atestado de óbito, a causa da morte consta como "indeterminada sob investigação".
Um boletim de ocorrência foi feito pelos policiais que foram buscar o corpo do bebê, já que um dos funcionários comentou que poderia ter ocorrido a confusão. Na ocorrência, consta que o bebê morreu de "mal súbito".
A mãe de Arthur, a cabeleireira Dircéia Alves de Oliveira, de 39 anos, contou que não foi informada sobre a possibilidade de ter sido aplicado leite na veia do filho. "Me disseram apenas que ele tinha morrido por insuficiência respiratória. É difícil acreditar nesse tipo de erro", afirmou.
Dircéia só soube da suspeita ontem, quando foi procurada por policiais. "Nada vai diminuir a dor de ter perdido meu filho, mas quero punição caso haja erro", afirmou. Ela disse que, se o laudo do IML comprovar que houve negligência, vai acionar a Justiça.
Segundo a cabeleireira, o filho nasceu no dia 31 de janeiro com problemas cardiorrespiratórios. No dia 28 de fevereiro, ela notou que o bebê estava com a respiração cansada e ficando roxo. Ela o levou ao centro de saúde da Vila São Paulo, onde foi aconselhada a transferi-lo para o hospital.
Arthur foi direto para o Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital Municipal de Contagem, mas, como não era recém-nascido, foi encaminhado ao pronto-socorro do hospital. Só no dia 1º de março, quando piorou, ele foi levado de volta para o CTI. "A boca dele começou a espumar e ele foi ficando muito roxo, aí, o levaram para o CTI, mas, no outro dia, ele não resistiu e morreu", disse Dircéia. O hospital informou que está apurando se houve demora na transferência para o CTI.
Não foi informado o dia em que, supostamente, o bebê teria recebido o leite na veia. Segundo um policial, que preferiu não ser identificado, funcionários do hospital afirmaram que foi no dia 29 de fevereiro.
Caso parecido
No dia 7 de novembro de 2011, o bebê Kauê Abreu dos Santos, de 13 dias, morreu após receber 10 ml de leite na veia, em São Paulo. A criança nasceu prematura e estava internada na UTI do Hospital Municipal Professor Mário Dégni. O bebê recebia medicamentos na veia e se alimentava por meio de sonda com o leite tirado da mãe. A sonda estava colocada no nariz do bebê para levar o leite direto para o estômago. Porém, uma auxiliar de enfermagem se confundiu e injetou o leite na veia do recém-nascido em vez de colocar na sonda. Ela foi demitida.
Técnica em enfermagem foi afastada
Um dia após a morte de Arthur Oliveira, o Hospital Municipal de Contagem afastou a técnica em enfermagem que teria injetado o leite na veia do bebê. De acordo com a assessoria de imprensa da unidade, uma sindicância foi aberta para apurar se houve falha no atendimento ao bebê. Enquanto o caso não estiver concluído, a funcionária não poderá voltar ao trabalho.
Por meio de nota, a assessoria de imprensa do hospital afirmou que, nos quatro dias em que a criança esteve no hospital, ela foi atendida por um pediatra e apresentava insuficiência respiratória grave, que também pode ter ocasionado a morte.

O que o leite provocaDe acordo com a médica e coordenadora do curso de medicina do UniBH, Vera Andrade, a gordura do leite é levada pelo sangue e obstrui vasos do pulmão, causando insuficiência respiratória que leva à morte. "Não dá para tirar a gordura do sangue, as consequências são muito rápidas", explicou.
Funcionários vão depor
A Polícia Civil está investigando as possíveis causas da morte do bebê. De acordo com a assessoria de imprensa da corporação, o inquérito ficará a cargo da delegada Renata Oliveira, da 2ª delegacia. Na próxima semana, funcionários do hospital devem ser convocados para prestar depoimento sobre a possível falha no procedimento. A polícia também aguarda o laudo do IML com as causas do óbito. 
Fonte: Super.
 

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