Acidentes e fraudes forçam rigor para novos motociclistas
Medidas deverão vir até julho; em 2011, 40 autoescolas em MG foram fechadas
FOTO: SAMUEL AGUIAR
Duas rodas. Com uma frota de 1,4 milhão de veículos, Belo Horizonte tem atualmente 190 mil motocicletas circulando pelas ruas
Diariamente,
cerca de 20 motociclistas dão entrada no Hospital de Pronto-Socorro
João XXIII, em Belo Horizonte, vítimas de acidentes. Os casos refletem
uma média do número de ocorrências registradas somente no mês passado
quando 626 pilotos de motos se envolveram em acidentes de trânsito. Nos
outros meses, a média de atendimentos também é elevada: passa dos 500
casos.
Estatísticas tão altas de acidentes forçaram o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) a endurecer as regras para quem tenta habilitação para pilotar uma moto. Até julho deste ano, o órgão federal prevê implantar as alterações. Uma das medidas estudadas é o aumento da carga horária para as aulas práticas de 20 para 40 horas/aula.
Outras mudanças na formação teórica dos motociclistas também estão sendo sugeridas. "Além de aumentar o número de aulas é preciso passar o exame de motos para as ruas e não dentro de uma pista sem carros", aponta o chefe da Divisão de Habilitação e Controle de Condutor do Departamento de Trânsito (Detran-MG), delegado Anderson França. Da frota de 1,4 milhão de veículos, Belo Horizonte tem atualmente 190 mil motos em circulação.
Em Minas, o órgão de trânsito promete ser ainda mais rigoroso e quer implantar a biometria também nas horas práticas. A medida teria como objetivo barrar fraudes cometidas por motociclistas, que estariam burlando a obrigatoriedade de comparecer aos testes práticos. Por lei, cabe aos órgãos estaduais de trânsito adotar o controle biométrico, normalmente feito pelas digitais.
Em Minas, desde 2010, apenas as aulas teóricas para condutores de motos e de carros e as práticas de direção de carro são controladas por biometria.
Segundo o chefe da divisão de habilitação, o controle não consegue inibir por completo as fraudes, mas reduz as irregularidades. "Não conseguimos fiscalizar todos os locais que dão aulas de moto. Sem a biometria acaba sendo mais fácil ocorrer a fraude". Só em 2011, segundo o delegado, pelo menos 40 autoescolas foram fechadas em Minas por irregularidades. Dezesseis delas foram punidas por não exigirem dos alunos a carga horária mínima de aulas.
O Sindicato dos Proprietários de Centro de Formação de Condutores de Minas (SIPRO-CFC-MG) reconhece as irregularidades e afirma que nem todos os candidatos cumprem a totalidade das aulas práticas.
Tanto o Detran quanto o sindicato justificam que a demora em implantar a biometria nas aulas práticas de motos acontece porque a maioria das motopistas (onde acontecem as aulas) é distante dos centros de formação, onde ficam os aparelhos de biometria. Preço
Bolso. O Denatran avalia a consequência do aumento da carga horária sobre os custos para os candidatos, que teriam que pagar por mais aulas. Hoje, o pacote de 20 horas/aula sai, em média, por R$ 600.
Estatísticas tão altas de acidentes forçaram o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) a endurecer as regras para quem tenta habilitação para pilotar uma moto. Até julho deste ano, o órgão federal prevê implantar as alterações. Uma das medidas estudadas é o aumento da carga horária para as aulas práticas de 20 para 40 horas/aula.
Outras mudanças na formação teórica dos motociclistas também estão sendo sugeridas. "Além de aumentar o número de aulas é preciso passar o exame de motos para as ruas e não dentro de uma pista sem carros", aponta o chefe da Divisão de Habilitação e Controle de Condutor do Departamento de Trânsito (Detran-MG), delegado Anderson França. Da frota de 1,4 milhão de veículos, Belo Horizonte tem atualmente 190 mil motos em circulação.
Em Minas, o órgão de trânsito promete ser ainda mais rigoroso e quer implantar a biometria também nas horas práticas. A medida teria como objetivo barrar fraudes cometidas por motociclistas, que estariam burlando a obrigatoriedade de comparecer aos testes práticos. Por lei, cabe aos órgãos estaduais de trânsito adotar o controle biométrico, normalmente feito pelas digitais.
Em Minas, desde 2010, apenas as aulas teóricas para condutores de motos e de carros e as práticas de direção de carro são controladas por biometria.
Segundo o chefe da divisão de habilitação, o controle não consegue inibir por completo as fraudes, mas reduz as irregularidades. "Não conseguimos fiscalizar todos os locais que dão aulas de moto. Sem a biometria acaba sendo mais fácil ocorrer a fraude". Só em 2011, segundo o delegado, pelo menos 40 autoescolas foram fechadas em Minas por irregularidades. Dezesseis delas foram punidas por não exigirem dos alunos a carga horária mínima de aulas.
O Sindicato dos Proprietários de Centro de Formação de Condutores de Minas (SIPRO-CFC-MG) reconhece as irregularidades e afirma que nem todos os candidatos cumprem a totalidade das aulas práticas.
Tanto o Detran quanto o sindicato justificam que a demora em implantar a biometria nas aulas práticas de motos acontece porque a maioria das motopistas (onde acontecem as aulas) é distante dos centros de formação, onde ficam os aparelhos de biometria. Preço
Bolso. O Denatran avalia a consequência do aumento da carga horária sobre os custos para os candidatos, que teriam que pagar por mais aulas. Hoje, o pacote de 20 horas/aula sai, em média, por R$ 600.
Pesquisa
Maioria assume que burlou as aulas
Em
uma pesquisa feita em hospitais de urgência de São Paulo, 30% dos
motociclistas envolvidos em acidentes assumiram que não frequentaram uma
motoescola e, portanto, não cumpriram a carga horária mínima exigida.
Para especialistas, a imprudência é o principal fator para os acidentes. Segundo o perito em segurança de trânsito, Marco Paiva, em mais de 80% dos casos, o motociclista foi imprudente. "A formação começa na escola para aprender a respeitar as regras e entender como funciona o trânsito".
Ele destaca que na maioria dos acidentes, os motociclistas têm mais de um ano de carteira. "Eles costumam ser mais audaciosos quando estão com mais habilidade".
O presidente do Sindicato dos Motociclistas e Ciclistas Profissionais (Simp-MG), Rogério Lara, disse que as mudanças na formação serão bem-vindas. "Os motociclistas hoje não saem preparados para as ruas. As aulas e exames exigem muito pouco". (JS)
Para especialistas, a imprudência é o principal fator para os acidentes. Segundo o perito em segurança de trânsito, Marco Paiva, em mais de 80% dos casos, o motociclista foi imprudente. "A formação começa na escola para aprender a respeitar as regras e entender como funciona o trânsito".
Ele destaca que na maioria dos acidentes, os motociclistas têm mais de um ano de carteira. "Eles costumam ser mais audaciosos quando estão com mais habilidade".
O presidente do Sindicato dos Motociclistas e Ciclistas Profissionais (Simp-MG), Rogério Lara, disse que as mudanças na formação serão bem-vindas. "Os motociclistas hoje não saem preparados para as ruas. As aulas e exames exigem muito pouco". (JS)
PERIGO SOBRE DUAS RODAS
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Fonte: O Tempo.
Fonte: O Tempo.
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