Presidente comemorou e elogiou os senadores. Oposição critica a matéria, especialmente pelo que consideram falta de tempo para debatê-la
O
plenário do Senado aprovou ontem a Medida Provisória que trata da
Reforma do Ensino Médio. O texto foi aprovado por 43 votos favoráveis e
13 contrários e seguirá agora para sanção do presidente da República,
Michel Temer. A MP não sofreu alterações em relação ao texto final da
Câmara dos Deputados.
Entre as principais mudanças estão a
ampliação de 50% para 60% a composição do currículo da etapa de ensino
preenchido pela Base Nacional Comum. Os 40% restantes serão destinados
aos chamados itinerários formativos, em que o estudante poderá escolher
entre cinco áreas de estudo: linguagens, matemática, ciências da
natureza, ciências humanas e formação técnica e profissional. O projeto
prevê que os alunos poderão escolher a área na qual vão se aprofundar já
no início do ensino médio.
Quando passou pela Câmara, a
medida recebeu emenda restabelecendo a obrigatoriedade das disciplinas
de educação física, arte, sociologia e filosofia na Base Nacional Comum
Curricular, que estavam fora do texto original. A oposição no Senado
tentou obstruir a votação e apresentou diversas sugestões de emenda para
tentar modificar o texto, mas elas foram rejeitadas pela maioria do
plenário.
presidente Michel Temer parabenizou o Congresso
Nacional pela aprovação da medida provisória que trata da reforma do
ensino médio. Por meio de nota à imprensa, Temer disse que as alterações
na grade curricular serão “instrumento fundamental para a melhoria do
ensino” brasileiro. O novo modelo, segundo ele, possibilitará aos jovens
adaptações de acordo com suas necessidades sociais, aproximando “a
escola do setor produtivo” tendo como base as novas demandas
profissionais do mercado de trabalho.
Novos valores
A
senadora Fátima Bezerra (PT-RN) comparou a atual reforma promovida pelo
governo Michel Temer com a reforma educacional promovida em 1971 pelo
regime da ditadura militar. Segundo a senadora, o governo militar fez a
reforma sem debates, impondo a reformulação. Ela registrou que o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já deu parecer apontando
falhas na proposta.
Também contrárias à MP, as senadoras
Ângela Portela (PT-RR) e Regina Sousa (PT-PI) reforçaram as críticas.
Para a primeira, o governo não promoveu debates democráticos com
professores, alunos, especialistas ou sociedade em geral. Ângela Portela
disse que as mudanças prejudicarão a formação geral de qualidade. A
senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) questionou como municípios e estados
financiarão escolas em período integral. A senadora Vanessa Grazziotin
(PCdoB-AM) criticou a MP e disse que as mudanças desvalorizam o
magistério e precarizam a situação do trabalho do professor, ao prever o
fim da aposentadoria especial da categoria.
43
senadores
Votaram pela aprovação da matéria
Nenhum comentário:
Postar um comentário