Grupo, com cerca de 50 pessoas, pede intervenção militar no país.
Câmara realizava sessão não deliberativa na tarde desta quarta-feira.
Um grupo de manifestantes invadiu o plenário principal da Câmara dos Deputados no início da tarde desta quarta-feira (16) e interrompeu o andamento de uma sessão não deliberativa da Casa.
Os cerca de 50 manifestantes subiram à mesa da presidência e se
recusavam a sair do local. Durante o protesto, eles gritaram palavras de
ordem contra a corrupção e a favor de uma intervenção militar no país,
como "general aqui". O grupo também cantou o Hino Nacional durante o
protesto.
Uma participante chegou a cuspir em um dos seguranças da Câmara, o que iniciou um tumulto no local.
Plenário da Câmara invadido por manifestantes que pediam intervenção militar (Foto: Bernardo Caram/G1)
O primeiro-secretário da Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), e outros
deputados foram ao local para tentar negociar a liberação do espaço.
Enquanto o grupo estava no plenário da Casa, o deputado Darcísio Perondi
(PMDB-RS), criticou os manifestantes e pediu respeiro à democracia.
"Eles querem negociar, estão chamando o general para sairem daqui. É um
grupo de direita, e o país não comporta mais isso [intervenção
militar]. Eu vivi a ditadura militar, eu vivi a desgraça da
administração do PT, mas viva a democracia, tem que respeitar a
democracia", afirmou o peemedebista.
De acordo com o deputado Marcos Rogério (DEM-RO), os parlamentares
foram informados pela segurança da Casa de que havia a possibilidade de
manifestantes estarem armados.
"Não podemos permitir que o parlamento, que representa a sociedade, sofra uma violência como essa", afirmou.
Manifestantes invadem plenário da Câmara (Foto: Reprodução/TV Câmara)
Manifesto
O grupo apresentou um manifesto no plenário com uma pauta extensa e pede, entre outros pontos, o fim de "supersalários" a servidores públicos; de aposentadorias em valores elevados; de ensino classificado por eles como "carregado de ideologia", além de fatores considerados pelos manifestantes como comunistas e socialistas.
O grupo apresentou um manifesto no plenário com uma pauta extensa e pede, entre outros pontos, o fim de "supersalários" a servidores públicos; de aposentadorias em valores elevados; de ensino classificado por eles como "carregado de ideologia", além de fatores considerados pelos manifestantes como comunistas e socialistas.
Os integrantes do grupo se disseram a favor da intervenção militar no
Brasil porque, segundo eles, os deputados federais estão implantando o
comunismo no Brasil.
Eles também se dizem contrários a mudanças no projeto de lei das
medidas de combate à corrupção. O protesto foi organizado por redes
sociais, segundo o grupo.
Durante a invasão, uma das portas de acesso ao plenário da Casa foi quebrada pelo grupo.
Imprensa
Toda a imprensa foi retirada do plenário pela Polícia Legislativa da Câmara. Repórteres e cinegrafistas foram retirados, sem que pudessem continuar registrando os procedimentos da Polícia Legislativa.
Toda a imprensa foi retirada do plenário pela Polícia Legislativa da Câmara. Repórteres e cinegrafistas foram retirados, sem que pudessem continuar registrando os procedimentos da Polícia Legislativa.
Além disso, a transmissão da sessão pela TV Câmara foi interrompida enquanto os manifestantes estavam no plenário.
Segundo Mansur, a imprensa foi expulsa do local porque a presença de jornalistas poderia atrapalhar na negociação.
"Se pusermos a imprensa aqui dentro, complica, porque aí que eles não
saem, não negociam porque eles querem aparecer na mídia", afirmou. Ainda
de acordo com Mansur, todos serão indiciados.
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