Muniz usou meios fraudulentos para beneficiar o hospital dele, diz PF.
Ele foi citado pela mulher, deputada Raquel Muniz, no voto pelo impeachment.
O prefeito de Montes Claros Ruy Muniz
(PSB) foi preso preventivamente pela Polícia Federal na manhã desta
segunda-feira (18), em Brasília (DF). Ele é suspeito de prejudicar o
funcionamento de hospitais públicos da cidade para favorecer um hospital
privado, que é gerido pela sua família.
Muniz é casado com a deputada federal Raquel Muniz (PSD), que votou
neste domingo (17) a favor do processo de impeachment da presidente
Dilma Rousseff (PT). Ela destacou a gestão do marido ao proferir o voto.
"Meu voto é em homenagem às vítimas da BR-251. É para dizer que o
Brasil tem jeito, e o prefeito de Montes Claros mostra isso para todos
nós com sua gestão".
O prefeito foi preso na operação "Máscara da Sanidade II - Sabotadores
da Saúde" e deve chegar à cidade mineira ainda nesta segunda. A Justiça
também expediu mandado de prisão contra a atual Secretária de Saúde do
município, Ana Paula Nascimento.
Deputada
Raquel Muniz (PSD-MG) citou o marido em voto sobre o processo de
impeachment na Câmara (Foto: Nilson Bastian/ Câmara dos Deputados)
A operação ainda deve cumprir quatro mandados de busca e apreensão na prefeitura, Secretaria de Saúde e na casa dos envolvidos.
Segundo as investigações, os acusados usaram de meios fraudulentos para
tentar inviabilizar o funcionamento dos hospitais Universitário
Clemente Faria, Santa Casa, Aroldo Tourinho e Dilson Godinho, em Montes Claros.
Eles pretendiam favorecer o Hospital das Clínicas Mario Ribeiro da
Silveira, que segundo a PF, pertence ao prefeito, seus familiares e
respectivo grupo econômico.
O prefeito e a Secretária de Saúde devem responder pelos crimes de falsidade ideológica majorada, dispensa indevida de licitação pública, estelionato majorado, prevaricação e peculato.
O prefeito e a Secretária de Saúde devem responder pelos crimes de falsidade ideológica majorada, dispensa indevida de licitação pública, estelionato majorado, prevaricação e peculato.
O que diz a prefeitura
Em nota, a prefeitura de Montes Claros esclareceu que o prefeito permanece em pleno exercício do cargo e que todos os órgãos continuam funcionando normalmente. "A administração tem plena convicção de que a decisão absurda será revertida com a maior brevidade possível, por entender que a Justiça Federal foi induzida ao erro ao receber informações que não se harmonizam com a verdade", diz a nota.
Em nota, a prefeitura de Montes Claros esclareceu que o prefeito permanece em pleno exercício do cargo e que todos os órgãos continuam funcionando normalmente. "A administração tem plena convicção de que a decisão absurda será revertida com a maior brevidade possível, por entender que a Justiça Federal foi induzida ao erro ao receber informações que não se harmonizam com a verdade", diz a nota.
Ainda segundo a nota, o prefeito cobrou profundas mudanças no sistema
de saúde de Montes Claros, contrariando grandes interesses, o que
provocou uma perseguição política contra ele e contra a secretária de
Saúde.
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