quarta-feira, 23 de março de 2016

PF indicia marqueteiro do PT e outras 7 pessoas em inquérito da Lava jato

Grupo foi alvo da 23ª fase da operação, batizada de Acarajé.

MPF deve analisar documento e decidir se oferece denúncia à Justiça.

Adriana Justi e Aline PavaneliDo G1 PR e da RPC
João Santana e sua mulher e sócia, Mônica Moura, são presos pela PF (Foto: Cassiano Rosário/Futura Press/Estadão Conteúdo)João Santana e a mulher e sócia, Monica Moura, estão presos em Curitiba  (Foto: Cassiano Rosário/Futura Press/Estadão Conteúdo)
A Polícia Federal (PF) apresentou o indiciamento preliminar do marqueteiro do PT João Santana, da mulher e sócia dele, Monica Moura, e de outros seis investigados no inquérito da 23ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Acarajé. O documento foi protocolado no sistema da Justiça nesta terça-feira (22).
Para a PF, há indícios de que Santana e Monica tenham cometido crimes de lavagem de dinheiro, corrupção passiva e organização criminosa. Segundo a investigação, eles teriam recebido pagamentos ilegais em conta secreta no exterior. O casal está preso desde 23 de fevereiro na Superintendência da PF, em Curitiba.
Foram indiciados:
– João Cerqueira de Santana Filho, marqueteiro do PT: lavagem de dinheiro, corrupção passiva e organização criminosa;
– Monica Regina Cunha Moura, mulher e sócia de Santana: lavagem de dinheiro, corrupção passiva e organização criminosa;
– Zwi Skornick, engenheiro suspeito de ser operador do esquema: corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa;
– Bruno Skornick, filho de Zwi: lavagem de dinheiro
– Eloisa Skornick, mulher de Zwi: corrupção ativa e manutenção de conta não declarada;
– Pedro José Barusco Filho, ex-diretor da Petrobras: corrupção passiva e lavagem de dinheiro
– Renato Duque de Souza, ex-diretor da Petrobras: corrupção passiva
– Armando Ramos Tripodi, ex-gerente da Petrobras: corrupção passiva

Agora, o Ministério Público Federal (MPF) vai analisar o inquérito da PF para decidir se oferece ou não denúncia à Justiça Federal contra os indiciados.
Se houver denúncia e ela for aceita pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância, os denunciados passarão a ser réus.
Acusações
Para a PF, há indícios de que Santana  teria recebido US$ 3 milhões de offshores ligadas à Odebrecht, entre 2012 e 2013, e US$ 4,5 milhões do engenheiro Zwi Skornicki, entre 2013 e 2014.

Sobre Monica Moura, os delegados apontam que ela seria responsável pelo encaminhamento da cópia de um contrato modelo que firmou com outra empresa a Zwi Skornick e seu filho Bruno Skornick para a transferência de recursos que pretendiam realizar.
"A análise do modelo de contrato encaminhado é imprescindível para a continuidade das investigações. Monica relata que, 'por motivos óbvios', apagou o nome da empresa e, tampouco, possuía cópia eletrônica do documento, 'por segurança'", afirma a PF.
Os delegados afirmam ainda que o contexto da investigação conduz à conclusão de que Monica, Zwi e Bruno pretendiam transferir recursos entre si de forma oculta e no exterior, fora do alcance das autoridades brasileiras, notadamente pelo caráter ilícito da transação.
A planilha elaborada por Maria Lúcia, secretária da Odebrecht que também é investigada pela Lava Jato, com operações financeiras da Odebrecht com o codinome "Feira" também foi citada no indiciamento contra Monica Moura. A planilha cita valores em torno de R$ 22 milhões.
Entre as suspeitas contra Eloisa Skornick, esposa de Zwi, está a de que ela teria prestado auxílio ao marido para operacionalização de pagamentos de vantagens indevidas em serviços prestados em favor de Armando Ramos Tripodi, gerente executivo de responsabilidade social da Petrobras.
Sobre Renato Duque, a PF cita que ele teria recebido vantagem indevida de Zwi na compra de aparelhos de ginástica em razão da seu cargo de diretor na Petrobras e em virtude de contratos da Keppel Fels com a estatal em obras de construção de plataformas. De acordo com as investigações, o Zwi Skornicki era o representante do estaleiro Keppel Fels.
Duque está preso no Complexo Médico-Penal em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
O indiciamento contra Pedro Barusco, que é um delatores da Lava Jato, cita, entre outras acusações, que ele teria ocultado em contas no exterior, mantidas em nome de offshores,   dinheiro de corrupção no Brasill.
Operação Acarajé
A 23ª fase foi deflagrada no dia 22 de fevereiro. João Santana e a mulher Monica Moura são suspeitos de receber US$ 7,5 milhões em conta secreta no exterior.

Santana é publicitário e foi marqueteiro das campanhas da presidente Dilma Rousseff (PT) e da campanha da reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2006.
Acarajé era o nome usado pelos suspeitos para se referirem ao dinheiro irregular. A PF suspeita que os recursos tenham origem no esquema de corrupção na Petrobras investigado na Operação Lava Jato.

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