sábado, 12 de março de 2016

Chuva mata 19, alaga cidades e afeta trens, voos e rodovias no Estado de SP


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Ao menos 19 pessoas morreram e 6 continuam desaparecidas em decorrência da forte chuva que atingiu o Estado de São Paulo entre a noite de quinta (10) e a madrugada desta sexta (11).
Na tarde desta sexta, o governo do Estado havia informado que o número de mortos era de 21. À noite, a Defesa Civil reviu os números e informou que 18 pessoas morreram. O Palácio dos Bandeirantes confirmou que houve a revisão dos dados.
Das 19 mortes, 17 estão na Grande SP. Segundo o Corpo de Bombeiros, 8 pessoas morreram em Francisco Morato, 4 em Mairiporã e 2 emItapevi, todas vítimas de soterramento. Outras três morreram afogadas: uma em Guarulhos, uma em Cajamar e outra em Franco da Rocha
No interior, duas pessoas morreram por afogamento em Itatiba, região de Campinas. Um homem foi levado pela enxurrada, e outro foi encontrado dentro de um bar alagado. Até o momento, seis pessoas estão desaparecidas, todas em Mairiporã.
A Defesa Civil do Estado confirmou o total de 925 desabrigados e 632 desalojados: Atibaia, Mairiporã, São Roque, Itupeva e Francisco Morato.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) cancelou todos os compromissos do dia e visitou algumas áreas atingidas. À tarde, o governo do Estado anunciou a liberação de uma verba de R$ 680 mil para cidades as atingidas pelas chuvas.
O tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Valdir Pavão disse, em entrevista ao "SPTV", da TV Globo, que todo o efetivo da Grande São Paulo está trabalhando no resgate a vítimas na região. Ele fez um apelo aos moradores das regiões de risco para que deixem suas casas e procurem áreas mais seguras para se abrigar.

Em Mairiporã, quatro pessoas morreram e sete foram socorridas pelos bombeiros após deslizamento de terra, no bairro Parque Náutico. O Corpo de Bombeiros permanece no local em busca de possíveis vítimas soterradas. A prefeitura decretou situação de emergência nas áreas de risco.
Joice Domingues Melo, 45, aguarda notícias da sobrinha desaparecida após deslizamento. "Ela havia se mudado para cá havia dois meses. Tinha marcado de ir conhecer a casa dela neste sábado."
Rodrigo Carvalho, 26, escapou por pouco. Ele mora em uma das casas atingidas pelo deslizamento e, na quinta, ficou preso em uma enchente no centro da cidade. Por isso, teve que levar o carro a uma oficina e chegou mais tarde em casa. Ao chegar, a rua estava interditada e a casa tomada pela lama. "Perdi tudo. Só consegui salvar alguns documentos."
Em Francisco Morato, dez pessoas morreram após deslizamento de terra no Jardim Silvia, e outras oito ficaram feridas.
"Infelizmente é uma tragédia porque toda a região está sendo castigada pela chuva. A gente fica muito triste com tudo o que está acontecendo e estamos trabalhando para tirar as pessoas das áreas de risco", disse o prefeito Marcelo Cecchettini (PV) em entrevista à TV Globo.
O centro de Franco da Rocha está totalmente alagado, com ônibus e carros embaixo d'água. Apesar disso, não há registro de mortos, feridos ou desaparecidos, apenas de pessoas desabrigadas e desalojadas. Moradores tiveram que abrir trilhas para atravessar uma camada de dez centímetros de lama nas ruas do centro da cidade.
"Eu tinha um compromisso importante em São Paulo às 9h, mas não consegui sair daqui. Cheguei na estação [da CPTM] por volta das 6h e esperei até depois das 8h, mas não tinha trem. Voltei pra casa. Está tudo alagado no centro e não tem ônibus circulando. Melhor ficar em casa", disse a estudante Natalia da Silva Arão Galiasi, 20, que mora em Franco da Rocha.
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Em Caieiras, a praça em frente à estação de trem permanece alagada, com carros submersos. "Eu tive que passar a noite em uma estação da CPTM por causa da chuva. Já era perto da meia-noite quando informaram que não íamos seguir para Caieiras. Voltamos, então, para Perus, onde ficamos até de manhã. As informações eram desencontradas, até que não informaram mais nada. Teve briga, gente passando mal, dormindo no trem e na plataforma. Só seguimos pela manhã", conta a estudante Andressa Paes, 18, que mora em Caieiras.
A cadela Margarida perdeu filhotes na enchente que atinge Caieiras e foi resgatada de um abrigo por moradores.
Na cidade de São Paulo, os bombeiros resgataram quatro pessoas dos escombros de uma casa que desabou no Jardim Ângela, na zona sul.
As chuvas de quinta e sexta corresponderam a 40% do esperado para o mês na cidade, segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências da prefeitura. A chuva também provocou o transbordamento de rios e alagamentos em vários pontos das marginais Pinheiros e Tietê.
Segundo a prefeitura, a última vez em que as marginais Tietê e Pinheiros transbordaram no mesmo dia foi em 24 e 25 de maio de 2005.
A Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns de São Paulo) informou que houve alagamentos em algumas áreas internas do Entreposto Terminal São Paulo. A companhia informa que foram perdidas 200 toneladas de alimentos. Não houve vítimas. Todos os produtos atingidos pela água da chuva serão descartados.

ALAGAMENTOS
As chuvas da última noite fizeram com que a Sabesp, empresa paulista de saneamento, abrisse as comportas da represa Paiva Castro, em Mairiporã. A represa faz parte do sistema Cantareira, ao norte da região Grande São Paulo.
Segundo a Sabesp, a represa encheu de forma muito rápida e, por volta das 4h30, as comportas foram abertas para evitar que a barragem se rompesse. Não fosse pela represa, segundo a Sabesp, o efeito das enchentes sobre as cidades de Francisco Morato e Caieiras teria sido maior.
Em Campinas, as chuvas inundaram uma das quatro casas de máquinas da captação de água no rio Atibaia, o que gerou desabastecimento de pelo menos 168 mil pessoas da região sul da cidade à tarde.
Se o nível do rio continuar a subir, as quatro casas serão desativadas e 95% da cidade (1,1 milhão de habitantes) ficará sem água após oito horas. A Sanasa (companhia de saneamento de Campinas) informou que monitora a cada meia hora o nível do rio.
Keiny Andrade/Folhapress
Alagamento interdita parcialmente a Rua Maua no centro de SP, próximo à estação da Luz
Alagamento interdita parcialmente a Rua Mauá, no centro de SP, próximo à estação da Luz
Na capital, o trânsito foi recorde do ano no período da manhã, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). O pico foi de 177 km de congestionamento às 8h30 –a marca anterior havia sido de 126 km em 23 de fevereiro. Historicamente, o maior congestionamento ocorreu em 23 de maio de 2012, dia em que houve greve de funcionários do Metrô e da CPTM.
RODOVIAS
A situação mais crítica é na rodovia SP-332, que liga a Grande SP ao interior, que está parcialmente interditada nos dois sentidos devido a queda de seis barreiras.
As interdições ocorrem nos quilômetros 39, 42, 44, 46, 48 e 49. Segundo o DER (Departamento de Estradas e Rodagem), nesses trechos foi implantada a operação pare e siga para os motoristas. Não há previsão de liberação.
A rodovia Anchieta segue com lentidão entre o km 13 e o km 10, na chegada a SP, devido ao excesso de veículos. As demais rodovias do Sistema Anchieta-Imigrantes têm tráfego bom nos dois sentidos. Os motoristas que vão em direção ao litoral têm como opção as pistas sul da via Anchieta e da rodovia dos Imigrantes. A subida é realizada pelas pistas norte das duas rodovias.
A rodovia Presidente Dutra também tem o trânsito interrompido na pista expressa, no sentido Rio, devido à queda de barreira. A interdição ocorre entre os quilômetros 193 e 194, na região de Santa Isabel (Grande São Paulo).
A rodovia Anhanguera apresenta tráfego interditado na altura do km 36, em ambos os sentidos, devido a alagamento na região de Cajamar, na Grande SP.
AEROPORTO
Júlia Barbon/Folhapress
Passageiro dorme em fila no aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo
Passageiro dorme em fila no aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo
A concessionária GRU Airport informa que 126 voos atrasaram e outros 10 foram cancelados entre 0h e 8h no aeroporto de Guarulhos, o mais movimentado do país.
O terminal tem 810 voos diários. Os atrasos ocorreram porque a chuva alagou uma subestação de energia, o que fez apagar as luzes que iluminam a pista do aeroporto. A situação se normalizou às 6h, e os voos aos poucos começaram a sair. Até às 18h, não havia nenhum voo com atraso superior a 30 minutos, segundo a concessionária.
O empresário Nelson Ferreira de Sousa, 51, que estava em uma aeronave da companhia Copa Airlines, disse que seu voo foi desviado para Viracopos, em Campinas. O avião com cerca de 150 pessoas deveria ter pousado em Guarulhos, por volta da 1h.
"O comandante disse que houve um problema de luzes na pista de pouso por causa do mal tempo", explicou Sousa.
Reprodução
Confira em tempo real a intensidade da chuva em São Paulo
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