quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Líder neonazista é solto após seis meses na Nelson Hungria


Antônio Peret deixou a penitenciária depois da análise do alvará de liberdade provisória realizada pelo Núcleo de Alvará do presídio

PUBLICADO EM 23/10/13 - 17h23
O skinhead Antônio Donato Baudson Peret, conhecido como Donato Di Mauro, 25, foi liberado na  noite desta quarta (23) da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, após decisão da Justiça Federal. Ele responde a processo por formação de quadrilha, racismo e por divulgação do nazismo.

Aparentemente mais magro, mas com semblante tranquilo, Donato deixou a unidade prisional acompanhado de um advogado. Ele foi preso no dia 15 de abril deste ano após aparecer em uma foto na internet agredindo um catador de papel com uma corrente, na Savassi, região Centro-Sul da capital. Além disso, segundo inquérito policial, ele publicava em redes sociais mensagens de conteúdo racista e de incentivo ao nazismo.
A assessoria da Justiça Federal em Minas Gerais informou que o alvará foi expedido pela juíza da 9ª Vara, Raquel Vasconcelos Alves Lima. Como o processo corre em segredo de Justiça, não foi divulgado o que a levou a essa decisão. A autorização chegou à unidade prisional por volta de 19h, de acordo com a Secretaria de Estado de Defesa Social. 
Pedido. Um dos defensores de Peret informou que inicialmente foi pedido um relaxamento da prisão por excesso de prazo, já que ele está detido por mais de 123 dias, sem ter sido julgado. Depois, foi alegado que ele é réu primário, tem família constituída, residência e trabalho fixos e que ele não apresenta riscos a sociedade, estando livre. "A juíza optou por conceder a liberdade provisória para ele, mas com algumas limitações: ele não pode ter acesso a rede social, não pode mudar de endereço, sem comunicar a Justiça, precisa comprovar ocupação e comparecer uma vez por mês na 9ª vara da Justiça Federal", explicou o advogado William Ferreira de Souza.
Os outros dois jovens envolvidos nos crimes de racismo e formação de quadrilha, Marcus Vinícius Garcia Cunha, de 26 anos, e João Matheus Vetter de Moura, de 20 anos, já estão soltos. O primeiro foi solto no dia 7 deste mês e o outro em abril. O trio deve ser ouvido em audiência de instrução e julgamento marcada para o dia 25 de novembro.
Relembre o caso
A investigação do caso começou após uma foto que foi divulgada na internet, em que Antônio Donato Baudson Peret aparece agredindo um catador de papel, utilizando uma corrente para "enforcar" o homem. Na legenda, ele escreveu:  "Quer fumar 'kraquinho'? Quer? Em meio a praça pública cheia de  criança? Acho que não”, dando a entender que a vítima era usuária de drogas. Como a foto ganhou repercussão, o jovem fugiu, mas acabou sendo preso em Americana (SP).
Marcus Cunha e João Matheus Moura foram detidos por equipes do Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil e da 1ª Delegacia de Polícia Sul. A casa deles foi vasculhada, com autorização judicial através de três mandados de busca e apreensão.
Atualizada às 23h

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